COLABORE

Conhecimento para enfrentar, apoio para combater

Projetos

Rodas de conversa, blitz de conscientização e atendimento a migrantes marcaram os 16 Dias de Ativismo, dentro das ações do projeto Orinoco.

Publicação: 13/12/2021




Rodas de conversa, blitz de conscientização e atendimento a migrantes marcaram os 16 Dias de Ativismo, dentro das ações do projeto Orinoco. (Fotos: Crys Machado/ Cáritas Arquidiocesana de Teresina  e  Maria Victoria Mourão Cáritas Diocesana de Roraima)


A cada um minuto, acontece uma denúncia de violência contra a mulher no Brasil. Esses dados fazem parte de uma amostra publicada no 15° Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2021), referente às denúncias recebidas no ano de 2020. Uma pesquisa mais recente do Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, publicada neste mês de dezembro, mostra que as mulheres acreditam que o país tem se tornado mais violento a cada ano. A pesquisa ainda mostra que 7 a cada 10 mulheres têm uma amiga, parente ou conhecida que já sofreu violência doméstica ou familiar.


Se por um lado os números seguem cada vez mais alarmantes, por outro é importante continuar a conscientizar as mulheres e meninas sobre as diferentes formas de violência que existem, para que denunciem e se libertem. Reconhecer essas violências é um desafio, mas se depender da atuação da rede Cáritas, esse é um compromisso que continuará a ser abraçado pela instituição, como explica a coordenadora nacional, Valquíria Lima.  “As mulheres são vítimas a todo momento de todos os tipos de violência: violência moral, violência física, entre outras, reconhecer esses diversos tipos de violência e romper com esse ciclo não é um processo fácil, precisa de muito acolhimento, de muita proteção, de muita orientação e é o que a gente tenta fazer em todas as nossas ações.”. 




Seguindo esse compromisso, a Cáritas Brasileira, através do projeto Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras, realizou durante os dias de 25 de novembro a 10 de dezembro, ações de incidência em cinco estados brasileiros: Acre, Pará, Piauí, Rondônia e Roraima. Na programação estavam previstas blitz de conscientização, rodas de conversas formativas e distribuição de materiais informativos.  


O projeto, que tem que como público alvo migrantes, especialmente que chegaram ao Brasil da Venezuela, está na sua terceira fase. Um dos objetivos é a execução de atividades com atenção especial a grupos que podem estar particularmente mais vulneráveis, como as mulheres. É o que explica Elis Marques, assessora nacional de proteção da Cáritas Brasileira. “Mulheres migrantes e refugiadas podem estar potencialmente em risco, por isso, a campanha é tão importante, principalmente em cidades que já apresentam números tão alarmantes. Compartilhar informações seguras sobre o sistema de proteção social no Brasil, órgãos de acesso em caso de direitos violados, além de informações sobre os tipos de violência, seus ciclos e características que possibilitem a identificação de situações violentas, corroboram com a promoção e garantia dos direitos humanos desse público.”, explica. 



(Foto: Crys Machado/ Cáritas Arquidiocesana de Teresina )


Segundo o Atlas da Violência, publicado em 2021, Roraima é o estado que apresenta o maior índice de violência contra mulheres no Brasil, seguido pelos estados do Acre, Amazonas e Pará. Rondônia apresenta ainda uma taxa de homicídio de mulheres superior à média nacional. 


Apesar de as atividades serem voltadas para migrantes, que têm como língua materna o espanhol, o projeto produziu materiais informativos bilíngues, dessa forma, além de conscientizar as mulheres, em sua maioria venezuelanas, sobre os diferentes tipos de violência, alcançam a população em geral. 


Acesse aqui o folder informativo com informações de prevenção e enfrentamento a violência contra meninas e mulheres.


“Para construirmos cidades seguras, que respeitem a dignidade de todas as mulheres, precisamos sensibilizar a população brasileira, sobretudo em regiões específicas, sobre esse fenômeno social que tanto castiga mulheres e meninas, desconstruindo padrões sociais adoecidos que sustentam e alicerçam atos de violência.”, reforça Elis. 


Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras é uma ação da Cáritas Brasileira, que está na sua terceira fase de execução, com apoio e o financiamento do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.


Tag