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Ações humanitárias da Cáritas chegaram a centenas de famílias em Canoas e São Leopoldo, no RS

Projetos

Levantamento destaca o impacto positivo das ações humanitárias e a importância do apoio contínuo para a resiliência das comunidades

Publicação: 18/07/2024


Entre maio e julho de 2024, a Cáritas Brasileira implementou diversas ações humanitárias em Canoas e São Leopoldo, cidades localizadas na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com apoio dos fundos Start e USAID BHA (Bureau for Humanitarian Assistance). Essas iniciativas deram origem a um levantamento detalhado sobre a demografia, necessidades e condições de moradia das famílias beneficiadas, destacando a importância das intervenções para a sobrevivência e resistência das comunidades.

Agente Cáritas entrega água potável em Canoas, RS.

As ações resultaram na distribuição de um total de R$1.197.500,00, beneficiando 531 chefes de famílias (1.694 membros familiares) com cartões multipropósito, além da distribuição de  96.080 litros de água para consumo, atendendo 4.804 famílias. Cada família atendida pela Cáritas era composta, em média, por três membros, que revelaram não ter condições de cobrir suas necessidades básicas, uma indicação da complexidade e da diversidade dos problemas enfrentados.
   Agentes Cáritas entregam cartões multipropósito a famílias afetadas pelas inundações em São Leopoldo, RS.

Antônio Marcos, um dos chefes de família de Canoas atendidos pelas ações, expressa sua gratidão, "quero ressaltar a importância desse projeto que veio nos ajudar, que trouxe essa palavra confortante e, junto com essa palavra, uma ajuda. Este será um recomeço para mim, para que eu possa comprar algumas coisas e retomar a minha vida. Gentilmente, quero agradecer a este projeto e a todas as pessoas que têm nos ajudado. Muito obrigado de coração”.

   

Entre as principais necessidades identificadas, destacaram-se utensílios domésticos, louça, comida, emprego e saúde. O levantamento mostrou que, do total de 1694 famílias, 379 famílias necessitavam de utensílios, 363 precisavam de louça, 253 requisitavam alimentos, 234 demandavam oportunidades de emprego e 217 necessitavam de serviços de saúde. A lista continua com 197 famílias com necessidade de água, 195 de educação e 195 de roupas.

O auxílio foi majoritariamente fornecido através de cartões multipropósito, benefício que permite às famílias utilizarem o recurso em diferentes estabelecimentos comerciais usando um mesmo cartão. Receberam os cartões multipropósito 466 famílias, enquanto outras 65 famílias obtiveram o auxílio via transferência bancária. 


"O que vocês estão fazendo por mim, especificamente, é algo maravilhoso e grandioso. Não tenho outra palavra além de agradecer, pois é um benefício que, no momento, só Deus sabe o quanto eu estava necessitando. Então, pode ter certeza de que será de grande utilidade. Vou usar muito bem", afirma Vivian Nunes, chefe de família e moradora da Ocupação Steigleder, em São Leopoldo, atendida pelas ações do projeto.



 O perfil das comunidades inclui 68 famílias de comunidades tradicionais, 50 de migrantes, 15 de povos originários, 9 de ribeirinhos, 2 de refugiados e 1 de ciganos. Essa diversidade demonstra a abrangência e a capacidade do projeto de atender diferentes grupos vulneráveis, cada um com suas particularidades e desafios específicos.

A pesquisa também revela que 73,45% das mulheres chefiam as famílias, totalizando 390, enquanto 26,55% são homens, representando 141 chefes de famílias. Esse dado é significativo, pois destaca a necessidade de políticas e suporte especializado para essas mulheres que são, muitas vezes, o pilar de sustentação de suas famílias.

Em relação às condições de moradia, 231 residências sofreram danos completos, 204 apresentaram danos significativos e 77 registraram pequenos danos. 

"Nunca tinha acontecido, nem ouvido falar, nem na minha ideia, nem no meu sonho, o que aconteceu nesta catástrofe, esta enchente que abalou várias famílias e destruiu vários lares. Essas ações que estão sendo feitas são fundamentais porque nós não temos nada. Nós só temos o apoio das pessoas que estão vindo aqui nos ajudar, sendo solidárias conosco, tanto dando água, como alimentação, cobertores. Isso é fundamental para nós. Só temos gratidão por essas pessoas que estão aqui. Nós precisamos muito da ajuda de vocês", relata Carmen dos Reis, moradora do bairro Mathias Velho, em Canoas e atendida pelas ações do projeto.

   

Além disso,16,38% das famílias relatam ter pessoas com deficiência em casa e 43,69% têm familiares com doenças crônicas, indicando a necessidade de suporte contínuo e especializado em saúde.

O acesso à água potável é uma realidade para 93,60% das famílias - na sua grande maioria, ainda recebendo água nos abrigos -, um dado positivo que, no entanto, não deve diminuir a vigilância e o trabalho contínuo para garantir que todas tenham acesso a esse recurso vital. A composição racial é variada, com 51,79% pessoas identificadas como brancas, 30,89% como pardas e 14,69% como pretas, sublinhando a diversidade étnica e cultural das comunidades atendidas.

O levantamento ainda indica que 19,4% das famílias têm mulheres amamentando e 10,36% têm grávidas, dados que podem influenciar na formulação de políticas e programas de saúde materno-infantil. Em termos de faixa etária, 223 crianças têm entre 0 e 4 anos, 501 crianças e adolescentes têm entre 5 e 17 anos, 730 adultos têm entre 18 e 49 anos, e 240 têm mais de 50 anos, o que indica a demanda por programas que atendam diferentes faixas etárias.

Esses dados fornecem um panorama abrangente das condições de vida e das necessidades das famílias atendidas pelas ações da Cáritas. A importância do apoio contínuo e das estratégias adaptadas para responder às demandas específicas de cada grupo vulnerável não pode ser subestimada. A Cáritas Brasileira permanece comprometida em contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades afetadas, garantindo que, mesmo diante de crises, a esperança e a solidariedade prevaleçam.

Saiba mais das ações da Cáritas no Rio Grande do Sul.

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