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A Cáritas Brasileira atua há quatro décadas na área da Economia Popular Solidária

Projetos

40 anos de atuação da Cáritas Brasileira na Economia Popular Solidária, memória do Projeto de Fortalecimento da Economia Solidária no Brasil

Publicação: 19/10/2020



Maria Celina Leles Castro, de 66 anos, atua na Catanorte, uma cooperativa de coleta e comercialização de resíduos sólidos | Foto: Virginia Maria Yunes


A Cáritas Brasileira atua há 40 anos na área Economia Popular Solidária. Hoje fazemos memória de algumas ações de fomento e assessoria que a instituição realizou: o Projeto Fortalecimento da Economia Popular Solidária no Brasil, que fomentou 166 empreendimentos de Economia Popular Solidária nas cinco regiões do país. A iniciativa contribuiu, na perspectiva do desenvolvimento solidário sustentável e territorial, com formações e fomento na geração de renda para populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica.  O Projeto teve apoio da União Europeia e Fundação Banco do Brasil.


Olhar longe, tocar o chão, transformar

O menino não conhecia o mar. O pai o levou para que o descobrisse. Viajaram juntos. “Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 

- Pai, ensina-me a olhar!”.   

É assim que Eduardo Galeano conta em sua microcrônica, em O Livro dos Abraços, o êxtase de Diego que foi levado por seu pai Santiago Kovakloff para descobrir o mar. Podemos comparar a proposta da Economia Popular Solidária (EPS) como esse vislumbre do mar à frente, precisamos de ajuda para olhar, alcançamos porque fomos levados/as, apresentados/as por alguém. E essa proposta muda a vida de muitas famílias, de muitos grupos, de inúmeros empreendimentos de economia solidária, como provocou o projeto de Fortalecimento da Economia Solidária no Brasil, coordenado pela Cáritas Brasileira, que fomentou 166 empreendimentos nas seis regiões do território brasileiro. Este material é fruto dessa jornada.

A Cáritas Brasileira há mais de quatro décadas fomenta a EPS em todo o Brasil, com base nos princípios da autogestão, da solidariedade, da democracia, da cooperação e do bem viver, fundados nos e direitos humanos e da natureza. 

No atual cenário, diante de políticas econômicas liberais que provocam a erosão do salário mínimo e a retirada dos direitos sociais, a exclusão social se acentua. É fundamental fortalecer empreendimentos que atuam na Economia Popular Solidária para mobilizar outras economias possíveis, para além do modelo capitalista em curso. Esse caminho possibilita o processo de dignificação de cada pessoa a partir da ação coletiva. Também abre espaço para que haja a resistência necessária à precarização do trabalho, e assim ocorra a cooperação entre iguais, sem competitividade ou exploração sobre o/a outro/a, ou sobre a natureza.

A Economia Popular Solidária é o lugar em que as pessoas, os coletivos são convidados a tomar uma postura caminhante, afetar e ser afetado; transformar e ser transformado. Por fim, construir caminhos de subversão em que o lucro – depois de todas as contas pagas, o excedente econômico é dividido entre todos/as –, não os salários, sejam compartilhadas entre os cooperados.

                                         Fonte: Relatório Fortalecimento da Economia Solidária no Brasil - Brasília, janeiro de 2020


Baixe o livro que traz a narrativa do Projeto de Fortalecimento da Economia Popular Solidária no Brasil

Acompanhe, abaixo, ao vídeo sobre o Projeto Fortalecimento da Economia Popular no Brasil

 



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