COLABORE

Regional Norte 2 realiza oficina de comunicação popular e digital

Institucional

Oficina foi realizada para dez territórios quilombolas e comunidades ribeirinhas.

Publicação: 10/11/2022




Moradores de dez territórios quilombolas e comunidades ribeirinhas do Pará onde a Cáritas Brasileira Regional Norte II atua participaram da Oficina de Comunicação Popular e Digital realizada no período de 4 a 6 de novembro, em Belém.

Os participantes vieram dos territórios Terra da Liberdade (Cametá), São José do Icatu (Baião), Abacatal (Ananindeua), Lago do Maracá (Amapá), Jambuaçu (Moju), Pacoval (Alenquer), Rosário (Salvaterra) e das comunidades ribeirinhas das ilhas de Campopema e Tauaré (Abaetetuba).

Durante os três dias, os participantes compartilharam informações sobre a vida nos territórios e comunidades, analisaram a forma como a realidade de cada espaço é retratada nos meios de comunicação e discutiram formas de dar visibilidade aos problemas que enfrentam e seus modos de viver.


As falas revelaram insatisfação com a forma como são mostrados nos noticiários e com a falta de espaço para que discutam as políticas públicas voltadas aos territórios. Claudeth Assunção, por exemplo, avalia que o território de Pacoval é invisibilizado ou, por vezes, citado de forma pejorativa.

“Eles acabam nos marginalizando. Quando publicam, a gente não consegue entender muito bem porque, às vezes, é distorcido. E acabam fazendo julgamentos e criminalizando antes de procurar saber. Por que não dão destaque também às belezas e potenciais daqueles territórios mais distantes?”, comenta.

O diálogo travado na oficina também mostrou a falta de infraestrutura para comunicação e a forma como as comunidades driblam essa dificuldade. Segundo Moisés Freitas, no Lago do Maracá, a internet não funciona e quando a comunidade precisa se mobilizar, é preciso avisar de casa em casa, percorrendo os rios de “rabeta”, como chamam a canoa com motor.


Onde o serviço de internet funciona, é possível melhorar a comunicação, como pontuou Priscila Souza, também do Lago do Maracá. “Administro uma página da minha comunidade e quando a gente posta, ganha muito compartilhamento. Quando tem alguma programação na comunidade, as pessoas ficam sabendo e participam porque a gente faz a divulgação”, relata ao explicar que se conecta somente quando está na vila ou na capital.

Texto e fotosDurante a oficina, os participantes tiveram contato com noções básicas de texto jornalístico e de fotografia, tipos de comunicação (de massa, comunitária e popular) além de uso de aplicativos para edição. 

O objetivo da atividade é formar e fortalecer agentes Cáritas e lideranças comunitárias para atuarem na comunicação das entidades membros e dos territórios Tradicionais (quilombolas, ribeirinhos, etc.). A expectativa é que eles se apropriem das tecnologias digitais e das técnicas de produção de conteúdo para protagonizarem uma comunicação em rede e estratégica.


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