A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, pelo seu compromisso e missão em defender e promover a vida, vem externar seu repúdio e preocupação com a escalada de violência contra as comunidades tradicionais no Oeste da Bahia com o aparato estatal, e expressar sua solidariedade às Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto do oeste da Bahia, especialmente à Comunidade Brejo Verde - Correntina/BA que teve duas de suas lideranças presas arbitrariamente durante uma viagem de lazer ao Rio de Janeiro, Solange Moreira Barreto e Silva, e seu esposo Vanderlei Moreira e Silva, camponeses e também militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens.
Além da prisão arbitrária de Solange e Vanderlei, a comunidade teve o rancho comunitário destruído e tem passado uma onda de ameaças e terror, com mandados de prisão contra outras lideranças da comunidade, invasões das casas da comunidade, praticada pelas forças policiais, civis e militares. O aparelho estatal não pode ser usado de forma política para legitimar a grilagem e criminalizar as pessoas que lutam por seus direitos territoriais e ambientais.
Em comunhão com MAB e demais movimentos atuantes nessa causa, a Cáritas exige:
● A liberdade imediata de Solange e Vanderlei;
● Revogar os mandados de prisão das lideranças;
● A suspensão das ações policiais arbitrárias e o fim das ações de intimidação e violência nos territórios tradicionais;
● A atuação urgente dos órgãos competentes para garantir a proteção das comunidades e a regularização fundiária dos territórios de Fundo e Fecho de Pasto;
● A intervenção da Ouvidoria Agrária do Incra e do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do MDA.
A luta por direitos é legítima e não pode ser criminalizada!
*Nota produzida pela Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3