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Migrantes, Informação e Empregabilidade

Geral

Em live, Instituto Terroá realiza Jornada da Empregabilidade como ação do Programa Jovens Transformadores

Publicação: 30/04/2021


Uma das grandes motivações de migração de pessoas, sejam elas dentro de um mesmo país ou entre nações, é a busca por oportunidades de trabalho. Populações com grandes desafios de segurança social, dentre as quais direitos básicos como saúde, educação e alimento, encontram na saída de seus lugares de origem uma chance de sobrevivência, em busca de direitos básicos. Por exemplo, 70% das famílias que saíram da Venezuela (em direção ao Brasil e ao Equador) foram motivadas pela busca por trabalho. É o que identificou o projeto MigraSegura em um diagnóstico inicial voltado à realidade das famílias venezuelanas migrantes.

O projeto MigraSegura é uma realização da Cáritas Brasileira em parceria com a Cáritas Equador dentro do Challenge JuntosEsMejor - iniciativa global de soluções inovadoras financiada pela Usaid e pelo BID.

Pensando nessa temática, na primeira quinzena de abril, o Instituto Terroá, através do seu Programa Jovens Transformadores, que também é desenvolvido dentro do Challenge JuntosEsMejor, iniciou uma série de transmissões ao vivo chamadas de “Jornada da Empregabilidade”. A primeira edição trouxe como tema as oportunidades para as pessoas migrantes através de bancos de empregos.

A live, mediada por Jaqueline Altomani, do Instituto Terroá, foi iniciada por uma fala de apresentação do Leonel Machado, coordenador do Programa Jovens Transformadores, e contou com a participação de Angélica Furquim, coordenadora do projeto MigraSegura no Brasil e de Ludimili Lira Lima, assistente de projetos no Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR). Leonel explicou que o Programa tem várias fases e uma delas é justamente o de trabalhar os desafios da empregabilidade. Essa ação está dentro da missão do Instituto, que “apoia e facilita processos participativos para a criação de soluções integradas que promovam o desenvolvimento sustentável.”

Angélica Furquim começou sua participação relembrando da experiência pessoal de um dos principais momentos em que organizações de acolhimento têm contato com as pessoas migrantes: o atendimento. Para ela, há muita e, ao mesmo tempo, pouca informação útil disponível para os e as migrantes. Ela explica esse paradoxo da abundância e da escassez de informação, trazendo que, embora haja sim uma miscelânea de produtos (como cartilhas, folders…) que trazem muita informação, por exemplo, sobre legislação, essa abundância encontra escassez de seleção e curadoria. “Colocando-se nos sapatos de quem acaba de chegar no Brasil, não conhece bem as organizações, não sabe qual informação é ou não confiável, qual está atualizada e qual que não está, a pessoa fica um tanto quanto perdida”.

Furquim então trouxe a solução que está sendo organizada pelo projeto MigraSegura, que fornecerá informações sob medida para a população em situação de mobilidade humana. Quando estiver pronto e no ar, ele será um grande concentrador de informações relevantes, atualizadas e verificadas, com curadoria organizada pelas Cáritas Brasileira e Cáritas Equador. No diagnóstico inicial realizado pelo projeto e que conversou com mais de 800 famílias e organizações, foram identificadas muitas necessidades de informação e prioridades. O desenho da plataforma foi então realizado a partir desses resultados da pesquisa.

Uma das prioridades é justamente a informação sobre o trabalho. A plataforma não disponibiliza diretamente ofertas de trabalho e emprego. “Mas caminham junto [a essa necessidade] as informações sobre o trabalho: suas garantias, as situações em que é importante estar alerta para que não sofra violação de direitos. Isso complementa bastante a busca por trabalho.” Angélica fortalece a importância de que essa busca seja, então, “mais consciente”.

Na live, uma proposta de banco de dados de empregabilidade foi apresentada pelo Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) de Manaus. O escritório da organização na capital amazonense presta assistências a migrantes e refugiados venezuelanos e indígenas da etnia warao, desde cursos profissionalizantes, cursos de português, elaboração de currículos em português, mediações para vagas de empregos, entre outros.

A organização mantém um banco de dados a partir dos atendimentos que realiza. Muitos migrantes demandam por ofertas de emprego junto ao escritório justamente pelo perfil dos serviços que são oferecidos. Há um banco de talentos e um cadastro realizado numa plataforma de empregos. Quando surge alguma vaga, o SJMR faz uma consulta de interesse e envia os currículos que possuam perfil. A organização também apoia com orientação sobre regularização migratória e documentação, além de informações sobre revalidação de diplomas.

Confira o conteúdo completo da transmissão através deste link.

Jovens transformadores - Segundo o site do Instituto Terroá, “o Programa Jovens Transformadores está em andamento em Manaus, Brasília e São Paulo, com turmas de jovens venezuelanos (as) e brasileiros (as), no âmbito do Desafio JuntosEsMejor, financiado pela USAID e pelo BID, é uma tecnologia social do Instituto Terroá para formação de juventudes em competências socioemocionais, cognitivas e comportamentais que promovam seus projetos de vida, com especial enfoque na geração de transformações sustentáveis via seu empreendedorismo, empregabilidade e participação cidadã.”

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