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Cáritas realiza agenda para prevenção de riscos e desastres no Sul da Bahia

Diálogos com o poder público e atores sociais na Bahia evidenciam os direitos e responsabilidade do Estado na gestão integral de riscos

Publicação: 26/06/2024


Entre os dias 14 e 22 de junho, a rede Cáritas Brasileira esteve envolvida em uma série de agendas com atores sociais e poder público das cidades de Salvador, Ilhéus e Dário Meira - Bahia. Os diálogos envolveram agentes do Executivo e Legislativo, incluindo órgãos como a Defesa Civil, Defensoria Pública, representantes das comunidades e da Cáritas Diocesana de Ilhéus.

Em Salvador, agentes da Cáritas Regional Nordeste 3, do Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira e Catholic Relief Services (CRS) realizaram, no dia 14, rodadas de conversa com representantes do Ministério Público do Estado, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (SUDEC) e com a Deputada Estadual Neusa Cadore.

Agenda marcou diálogos com o legislativo e executivo, na foto encontro com a Deputada Estadual Neusa Cadore, no dia 14 de junho


O assessor nacional na Cáritas Brasileira, Lucas D’Ávila, destacou que a série de diálogos busca provocar o poder público local e em esfera estadual a assumir cada vez mais a prevenção de riscos e desastres por meio da implementação de políticas públicas. Na comunidade de Vila Cachoeira, em Ilhéus, por exemplo, foi possível garantir a implementação de um Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), que visa garantir a organização comunitária através de ações preventivas em áreas de risco, além de desenvolver a capacidade de orientar e prestar socorro mais imediato em situações de calamidades e emergência.

“A Cáritas, sendo uma entidade de defesa de direitos humanos, Igreja, organização local, sendo parte de uma Confederação Internacional, tem dialogado com as defesas civis dos dois municípios e conseguimos um ganho muito bacana que foi a consolidação do Nupdec de Vila Cachoeira, instrumento reconhecido pela Defesa Civil de Ilhéus. Temos feito esses diálogos para que o poder público assuma cada vez mais essas responsabilidades.”, explicou. 



Reunião com a Defesa Civil de Itabuna, Secretarias de Assitência Social, Gabinete do Prefeito e o Padre Diego, representando a Diocese de Itabuna


Durante a agenda também houve diálogos com o secretário municipal de Defesa Civil de Jequié, Murilo Bulhões, com o Prefeito de Dário Meira, William de Alemão e a vice-prefeita, Marivane Dias, além de troca de informações junto ao poder público de Ilhéus e Itabuna.



Outros registros da agenda podem ser acessados clicando aqui

Simulação de emergência

Iniciada junto ao poder público, a agenda contou também com uma simulação de emergência, em Vila Cachoeira, Ilhéus. Na oportunidade, foi reproduzida como seria a organização da comunidade em uma situação de risco. No momento foram verificadas as rotas de fuga, as sinalizações estabelecidas pelas pessoas do local no plano de gestão de risco que está sendo construído através do projeto Cuidar. 


Simulação de emergência, em Vila Cachoeira, Ilhéus, através do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), implementado com o apoio da ação da Cáritas

Projeto CUIDAR

As ações de gestão de risco e emergências no território fazem parte do escopo de desenvolvimento do projeto CUIDAR: Comunidades Unidas pela Prevenção de Desastres em Ilhéus e Dário Meira – Bahia, iniciativa da Cáritas Brasileira juntamente com a Cáritas Regional Nordeste 3 que tem o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID)  e CRS.


O projeto Cuidar foi criado para atender pessoas atingidas pelas fortes chuvas no Sul da Bahia entre 2021 e 2022 e busca prevenir, mitigar e preparar as comunidades para emergências. Para o integrante da coordenação colegiada na Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, Gerinaldo Lima, a iniciativa reflete o compromisso da organização com aqueles que mais precisam, para além de contextos emergenciais. “Eu vejo de forma profética que a atuação pastoral da Cáritas não se encerra com ação emergencial humanitária, mas segue com essa preocupação constante de construção de comunidades seguras, de organização comunitária para que seus planos de contingência e de enfrentamento a todo o processo que temos visto ao longo dos últimos anos, sobretudo da emergência climática, não seja tão impactante na vidas das pessoas.”, afirmou.


Gestão de riscos integral

A área de atuação da Cáritas Brasileira em Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergência (MAGRE) é quem faz a estruturação dessas ações voltadas para lidar com situações de desastres ambientais, prevendo respostas durante situações emergenciais, mas também desenvolvendo ações eficazes para lidar com as mudanças climáticas. 

Para isso, a atuação da rede se baseia na prevenção, mitigação e preparação das comunidades. “Nessa metodologia, seguimos construindo junto com a comunidade uma avaliação de riscos, vulnerabilidades e ameaças. Compreendemos juntos as capacidades locais, compreendendo o histórico de desastres, os atores presentes dentro e fora das comunidades”, concluiu Lucas D’Ávila ao explicar que ao final do processo é possível ter um plano de gestão de riscos com o protagonismo da população local.

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