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Cáritas fortalece ações na Amazônia junto a países latino-americanos e Governo da Alemanha

Iniciativa global é resultado de uma parceria de organizações do Brasil, Peru, Colômbia e Alemanha

Publicação: 17/09/2024



Em abril de 2024, as equipes dos projetos se reuniram em Madre de Dios, no Peru, para a Oficina de Arranque do projeto (Foto: Arno/ Cáritas Madre de Dios)



A Cáritas Brasileira, em parceria com Cáritas Colômbia (SNPS), Cáritas Peru, o Centro de Ação Social (CEAS) e Cáritas Alemanha, lançou o programa Amazônia Bem Viver: Comunidades Resilientes. O projeto, que será desenvolvido até 2026,  visa contribuir para que as comunidades indígenas e tradicionais nas regiões amazônicas da Colômbia, Peru e Brasil protejam efetivamente seus territórios, combatendo as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.


Essa ação conjunta, reflete como a Cáritas Brasileira entende a importância de uma articulação em diferentes frentes para fortalecer a luta pela proteção do território, por direitos e pela construção da sociedade do Bem Viver. “Integrar comunidades , territórios,  contextos, histórias,  pessoas , experiências e conhecimentos  é base da nossa metodologia de atuação. Por isso, o Programa Amazônia Bem Viver contribui com a  integração de saberes e conhecimentos, das histórias de resistências,  resiliências, lutas e superações. A vida no território precisa ser considerada na incidência política e na implementação de políticas públicas.”, explica Valquíria Lima, diretora-executiva nacional da Cáritas Brasileira.




Foto: Arno/ Cáritas Madre de Dios


O programa, que nos países de língua espanhola, leva o nome de Amazonia Sostenible: Comunidades Resilientes, prevê conectar as problemáticas locais com busca de soluções a nível regional, nacional e internacional, como explica Laura Rupp, coordenadora internacional do programa pela Cáritas Alemanha. “A ideia é levar casos de violação de direitos comunitários a fóruns, organizações e instituições internacionais como a COP, o Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas em Nova Iorque ou a Corte Interamericana de Direitos Humanos para influenciar decisões relevantes para a proteção das comunidades e do ecossistema da Amazônia.”, disse. Laura também enfatiza que essa abordagem busca “aproveitar e ecoar o conhecimento das populações do território amazônico sobre o ecossistema da floresta tropical, bem como de fortalecer suas capacidades em termos de governança comunitária e de estruturas de auto-organização”. 


No Brasil, o programa terá foco em ações formativas junto às comunidades, elaboração de documentos que refletem suas vivências e resistências, e o fortalecimento de lideranças locais fortalecendo esses processos de incidência regional, nacional e internacional. “O programa tem a perspectiva de contribuir com os processos locais, fortalecendo as comunidades em seus processos organizativos e formativos visando a construção de políticas públicas e a preservação da Amazônia em todos os níveis. ” explica Larissa Vieira, coordenadora nacional da iniciativa. 


O financiamento do programa vem do Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento Econômico do Governo Alemão (BMZ), o que reforça o compromisso internacional em apoiar a preservação da Amazônia e a garantia dos direitos das populações que lá vivem.





Comunidades protagonistas


Diante das ameaças que vão desde grupos que exploram a vida nos rios com a pesca predatória, até a ausência de políticas públicas no campo da educação e saúde, a esperança nos olhos das pessoas comunitárias revela a sabedoria de quem maneja o território e cultiva a própria comida, assim como o entendimento de que o rio também tem o seu tempo. “A gente se sente feliz porque tudo que a gente quer, tem.”, diz dona Rosilene Tavares Maués, da comunidade de Catolé, em Tapauá - AM. 


A Cáritas Brasileira tem uma longa história de atuação junto às populações amazônicas, destacando-se por promover o Bem Viver, um conceito que enfatiza a vida em harmonia com a natureza e o respeito às culturas tradicionais.



Dentre as ações executadas no país, experiências de comunidades que vivem às margens dos rios Purus e Tapauá, no Sul do Estado do Amazonas, já anunciam importantes experiências de convivência com o Bioma Amazônico que precisam ser fortalecidas. “O Acordo de Pesca do Médio Purus e Foz do Tapauá, é um exemplo de como as comunidades se organizam para preservar seus territórios, para sobreviver e para garantir a segurança alimentar. Ao se pensar na Amazônia é preciso pensar nos processos construídos desde a realidade das comunidades expandindo-se para os outros níveis, regional, nacional e internacional.”, afirma Larissa. 


Dentro da perspectiva do programa, está previsto o fortalecimento de 6 comunidades no Sul do Amazonas, além disso, há previsão de construir outras ações de caráter estrutural em outros territórios da Amazônia Brasileira que tendem a ser fortalecidas através da  incidência regional, nacional e internacional.  


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