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Cáritas Brasileira realiza Oficina para prevenção a desastres

Áreas de Atuação

A ação faz parte da área de Atuação MAGRE, e tem como objetivo formar  multiplicadores para atuação na prevenção de desastres.

Publicação: 11/11/2022



A Cáritas Brasileira com o apoio da Cáritas Alemanha, realizou entre os dias 10 e 11 de novembro, a 1ª Oficina de Formação de Multiplicadores para atuação em prevenção de desastres com comunidades em situações de risco. 

O evento aconteceu em Pernambuco, na cidade do Recife e contou com a presença de agentes da Rede Cáritas de toda região Nordeste. Além da participação da rede, o evento contou também com a cooperação de moradores da comunidade de Jardim Monte Verde, localizada entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife. 

O encontro teve como propósito treinar agentes Cáritas para a construção de mapas socioambientais e de gestão de riscos com comunidades vulnerabilizadas. Segundo Mariana Estevo, assessora nacional da Cáritas, o evento possibilitou o fortalecimento da rede e ainda permitiu a construção de conhecimentos na identificação assertiva do diálogo com o poder público e a comunidade. “A centralidade deste encontro foi fortalecer juntos aos regionais a missão Cáritas na identificação das vulnerabilidades no território e potencializar ações de incidências mais assertivas a partir da comunidade junto à gestão pública”, disse. 




O encontro interregional foi guiado pela participação dos presentes. Para isso, os mediadores utilizaram um jogo de tabuleiro, “Jogo da trilha para a construção de comunidades mais seguras frente aos desastres”, apresentado pelas pesquisadoras e autoras do jogo, Alexandra Passuelo, Eloisa Giazzon e Teresa Bresolin.  


As tarefas do jogo foram divididas entre os dias do evento, permitindo que os participantes se apropriassem das discussões de uma maneira teórica e prática, contribuindo para um aprendizado sobre a redução de vulnerabilidades e riscos socioambientais.  Através da metodologia, foi compartilhado os conhecimentos sobre o levantamento de dados, sensibilização, problemas e potencialidades, hierarquização das situações de riscos, mobilização, construção do plano de ações, fortalecimento da organização comunitária, entre outros assuntos relacionados às comunidades que sofrem com riscos e desastres ambientais, em especial a comunidade de Jardim Monte Verde, comunidade esta que foi visitada durante as explicações práticas.  

“Nessa oficina temos o jogo da trilha como o eixo condutor. Através dos trechos dessa trilha, presente no jogo, orientamos os participantes que conheçam as comunidades, compreendam ainda mais o território, as potencialidades e vulnerabilidades, nas suas dimensões, e realizem o mapa interativo, que é um mapa socioambiental que tem questões presentes das comunidades e que servirão de base para um plano de ação, onde ações importantíssimas de  prevenção e ação serão realizadas, em seus diferentes graus e complexidades”, afirmou Eloisa Giazzon, coordenadora da equipe responsável pelo jogo.  

Prática e vivência de campo 


As percepções da vivência de campo, realizada pelos participantes da oficina, ressaltaram ainda mais a violência sofrida pela população de Jardim Monte Verde. Essa região foi fortemente afetada pelos efeitos das chuvas no primeiro semestre deste ano.  

Para Miriam Florencio, moradora da comunidade de Monte Verde e participante da oficina, este momento é de aprendizado colaborativo para a construção do fortalecimento comunitário, bem como o reconhecimento do sujeito de direitos. “Nós temos muitos problemas na comunidade. Nós sabemos o que precisamos, mas muita das vezes não sabemos como dizer. Às vezes nós sabemos como dizer, sabemos o que precisamos, mas não sabemos onde buscar. Essa é uma dificuldade de Monte Verde. Essa oficina conseguiu dar respostas às perguntas que tínhamos. Isso não significa que ela responderá sozinha as nossas respostas, mas ela foi um caminho. Ela é um caminho que possibilita o fortalecimento da nossa comunidade. Nós precisamos da comunidade fortalecida. Se conseguirmos fortalecer a comunidade, a própria olhará para si e se verá como sujeito e continuará lutando”, afirmou.   

 As chuvas em Pernambuco 


O estado de Pernambuco soma o quantitativo de regiões que foram afetadas pelas consequências dos efeitos climáticos no ano de 2022. 

Na região Metropolitana do Recife, os efeitos das fortes chuvas provocaram uma tragédia que matou mais de 100 pessoas, provocando soterrados em deslizamentos de barreiras e afogamentos em enchentes. 

O bairro de Jardim Monte Verde, está localizado entre as cidades Recife e Jaboatão dos Guararapes, e é considerado o local em que morreu mais gente. Foram mais de 20 pessoas e, em um único espaço, 17 foram mortas. 

Além das perdas, acontecidas durante as fortes chuvas que atingiram a comunidade, após a tragédia, no entanto, os moradores ainda permanecem à mercê da precarização e abandono do estado. 

 Encontros Interregionais 


Ainda estão previstos mais três encontros interregionais com a temática sinalizada. 

A previsão é que o segundo encontro seja realizado ainda no segundo semestre deste ano, na cidade de Brumadinho, MG, entre os dias 25 a 27 de novembro. 

O terceiro e quarto encontro acontecerão no primeiro semestre do próximo ano, em 2023, nas regiões norte e sul do país, respectivamente. 

Com todos os encontros, o programa pretende capacitar mais de 100 agentes Cáritas e lideranças comunitárias na metodologia das trilhas. 

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