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Cáritas Brasileira participa de intercâmbio de experiências e vivências em Segurança Alimentar.

Projetos

O projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas recebeu a visita da Cáritas Honduras, que busca promover uma ação de segurança alimentar no país.

Publicação: 21/06/2024





Após vencer o Prêmio Pacto Contra a Fome, em outubro de 2023, na categoria Ação Emergencial de Combate à Fome, a Cáritas Brasileira, através do projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas, mostrou que é uma referência nacional na produção e distribuição de comidas prontas para pessoas em situação de vulnerabilidade. “Em nossa cozinha, todos os dias, acontece o milagre da partilha”, diz o padre Itamar Boff, coordenador do espaço da cozinha,  que funciona no complexo da paróquia da Consolata, em Boa Vista, Roraima.

Com a crise humanitária venezuelana, a situação de vulnerabilidade das pessoas da referida nacionalidade só se agrava em muitos países da América Latina. Desde 2023, os olhares se voltaram aos países da América Central. Honduras tem 73% da população do país na pobreza e 53% vivendo na extrema pobreza, segundo o Instituto Nacional de Estatística das Honduras, e desde o ano passado tem sentido uma alta do fluxo imigratório. 

“Mais de 49 mil pessoas de diferentes nacionalidades entraram em nosso país entre janeiro e fevereiro deste ano, segundo estatísticas. Então para nós, é muito importante ver e conhecer a experiência que vocês estão tendo, desde quando começaram até agora”, começou explicando Nora Espinoza, especialista em Segurança Alimentar e Nutricional da Cáritas Honduras.


Rede de apoio

A Cáritas Honduras, com o objetivo de oferecer apoio alimentar e nutricional para as pessoas envolvidas nesses diversos contextos de vulnerabilidade, está estudando criar um projeto na área de Alimentação e Nutrição. O objetivo é oferecer este serviço dentro de um centro de migração e um centro de descanso, nas cidades de Choluteca e Danlí. No espaço existem dormitórios, banheiros e agora também alimentação. As pessoas entram no espaço, pernoitam, recebem atendimento e de lá são encaminhadas para os serviços sociais do país. A ideia inicial é servir café da manhã, almoço e jantar, cerca de 100 refeições por dia.




“Eu gosto de dizer que nesse mundo, tem remédio para tudo ou quase tudo, menos para fome e essas pessoas que deixaram tudo para trás, perderam tudo, menos a fome. Não é um trabalho fácil e eu acho que é nesse ponto que podemos contribuir. Podemos mostrar o que é necessário de estrutura básica para começar, qual a logística de corte, armazenamento e produção que mais funciona, mostrar que a receita escrita é diferente da receita quando é produzida e compartilhar os truques, o que pode ser feito para as crianças e os idosos que já deu certo por aqui e muito, muito mais”, contou Áurea Cruz, coordenadora local do Projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas.

“Estando aqui, vi que as pessoas não são apenas profissionais, mas também trabalham com muito amor aos migrantes. Achei muito interessante como lidam com as normas de segurança, como preparam e armazenam os alimentos, a preparação das pessoas com os paramentos. Nunca tinha visto uma ação assim”, completou Nora Espinoza.


Referência em Segurança Alimentar

O Projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas busca adaptar o cardápio de forma nutritiva para o público em geral, além de proporcionar refeições para grupos com restrições alimentares e com necessidades nutricionais especiais, como pessoas em situação de  desnutrição, e/ou com alguma doença crônica. O projeto também oferece alimentação para idosos, gestantes, lactantes e crianças de 18 meses a 22 meses.

“Essa troca de experiências foi muito rica. Ficou evidente que a metodologia participativa, as boas práticas de redução de impactos ambientais, a experiência de ação com pessoas migrantes e refugiadas e com pessoas em situação de rua podem ser adaptadas em outros contextos. A capacidade operacional da cozinha vem sendo aprimorada há 6 anos, com a experiência de voluntários da Associação Mexendo a Panela, que é capaz de oferecer mais de 2.000 refeições diárias, expondo a trajetória de replicabilidade da ação. A demanda por refeições oscila de acordo com o fluxo na fronteira e soluções inovadoras foram necessárias para responder a essas flutuações. Essas e outras inovações podem ser adaptadas em outros contextos. Também tivemos a oportunidade de conhecer a realidade migratória em Honduras, e nos nutrir dos aprendizados em segurança alimentar que a Cáritas Honduras construiu a partir da sua prática”. Giovanna Kanas, Assessora Nacional da Cáritas Brasileira. 


Sobre o Projeto

Sumaúma: Nutrindo Vidas é uma ação de Segurança Alimentar e Nutricional promovida pela Cáritas Brasileira, com financiamento do Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. O projeto é realizado em parceria com a Associação Mexendo a Panela e com a Cáritas Diocesana de Roraima. No primeiro trimestre de 2024, o projeto serviu, entre café da manhã e almoço, mais de 140 mil refeições prontas para mais de 4000 mil pessoas únicas. 

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