A Cáritas Brasileira se fez presente no G20 Social, que aconteceu no Rio de Janeiro, entre 14 e 16 de novembro, participando de agendas com as temáticas de Economia Popular Solidária, governança, segurança alimentar e nutricional, desenvolvimento rural e sustentável. 

O G20 Social é um espaço criado dentro do G20 (o grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), destinado à participação de atores não governamentais no processo de discussão e construção de políticas globais. O encontro aconteceu no Rio de Janeiro. Trazendo como lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.

Celebração dos 25 anos do CONDRAF durante a 5ª Reunião Ordinária

A celebração do CONDRAF foi realizada durante a 5ª Reunião Ordinária, já no contexto do G20, nos dias 12 e 13 de novembro. A Cáritas Brasileira participou como conselheira no órgão colegiado, tendo como representantes: Jaime Conrado, assessor nacional, como titular, e Neilda Pereira, secretária executiva do Regional Nordeste 2, como suplente.

A celebração marca um momento de reflexão sobre o importante papel de organizações sociais e da agricultura familiar, na busca de cada vez mais promover o desenvolvimento rural sustentável e a defesa dos direitos das populações rurais. Nesta ocasião, será entregue ao G20, uma carta dos Movimento Sociais Rurais, na qual reúne demandas e propostas para o fortalecimento de políticas públicas voltadas ao campo. 

Jaime Conrado, falou sobre as atividades em que esteve presente representando a rede Cáritas: “Participamos da celebração dos 25 anos do CONDRAF, esse Conselho com tantas histórias e lutas importantes. (...) Nossa participação também se deu no seminário internacional sobre agricultura familiar, em que houve participação de outros países como França, Argentina, e vários países da África, com um momento de trocas de experiências entre todos os participantes. E estivemos também no momento do fechamento e da entrega oficial do documento da sociedade civil para as autoridades do G20, com a presença do presidente Lula, que foi um momento importantíssimo para as organizações da sociedade civil”.

O assessor nacional da Cáritas Jaime Conrado participou do seminário internacional sobre Sustentabilidade, Mudanças Climáticas e Transição Agroecológica

O encontro que trouxe como o tema a Economia Popular Solidária aconteceu na tarde do dia 14/11 (quinta-feira), e foi discutido em dois paineis: ‘Estratégias de Economia Solidária: na produção da sustentabilidade planetária’ e ‘Comitê Ceará frente ao G20: transição energética, soberania alimentar e mulheres’. 

O primeiro momento foi realizado pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e pela União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas). Enquanto o segundo, é uma atividade autogestionada do Comitê Ceará frente ao G20 e à COP 30, com organização da Cáritas Brasileira em parceria com o Sindicato de Trabalhadores da Fiocruz, o Movimento de Atingidos pelas Renováveis (MAR), a Articulação Povos de Luta (ARPOLU), a rede Brasileira de Justiça Socioambiental, o Projeto de Mãos Dadas Criamos Correnteza, a Rede Jubileu Sul e o Instituto Terramar.

“Precisamos ser profetas da Economia Popular Solidária. Devemos ousar e afirmar: eu compro, eu colaboro, eu apoio, eu faço parte”, disse Marcela Vieira, assessora nacional da Cáritas e referência em Economia Solidária, durante o encontro. 

Marcela falou ainda sobre a participação da Cáritas Brasileira no G20 Social: “Está sendo um encontro muito pró-ativo, de muita articulação, de fortalecimento dessa atuação em rede dos movimentos sociais e também da nossa presença enquanto Cáritas”.

Momento de debate sobre Economia Popular Solidária, com a participação da assessora nacional da Cáritas Marcela Vieira

Um dos posicionamentos do governo federal no G20 Social é que a sociedade civil seja ouvida, para ajudar no processo de construção e desenvolvimento de políticas públicas e globais.

Giovanna Kannas, da assessoria nacional da Rede Cáritas acompanhou propostas e discussões, juntamente com outras organizações não governamentais, da mesa que tinha como tema “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: Oportunidades e Desafios”, tendo o objetivo de debater como as organizações da sociedade civil podem contribuir com a Aliança. Além de participar de um evento social organizado pela CECG (Climate Emergency Collaboration Group), contando com organizações comprometidas com a reforma da arquitetura financeira internacional.

Giovanna falou sobre o encontro: “É legítimo e interessante a proposta de a sociedade civil estar se incidindo. A mensagem que trouxemos nas discussões é de pensar uma conexão entre a justiça climática, justiça alimentar e nutricional e a justiça fiscal, a fim de pensar em soluções para esses problemas que são tão grandes no mundo que vivemos”.

O foco do G20 Social é aumentar a participação de atores não governamentais em atividades de construção de processos decisórios do G20. Durante o evento, foram garantidos espaços para diversas vozes e/ou lutas da população e de agentes não governamentais dos países que compõem o G20.