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Cáritas Brasileira inicia diálogo com a prefeitura de Camaragibe-PE

Áreas de Atuação

A iniciativa visa melhorar o atendimento às famílias atingidas com as fortes chuvas na cidade.

Publicação: 19/08/2022



Construir uma sociedade do bem viver é um lema que nos move e que nos orienta. Somos um organismo que busca contribuir e participar de uma construção solidária, com humildade. Pensando nisso, a equipe da Cáritas Brasileira, junto com o pároco Carlos Eduardo, responsável pela pastoral da igreja Católica Sagrado Coração de Jesus, localizada no bairro Vila da Fábrica, em Camaragibe-PE, se reuniu, na última quinta-feira (18), com a secretária da Defesa Civil da prefeitura de Camaragibe, Kátia Marsal, e outros representantes da pasta.   

O encontro teve como propósito apresentar o projeto “Resposta Emergencial Pernambuco: Recife, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes” e dialogar com a prefeitura da cidade, apontando as demandas das populações que foram afetadas pelas fortes chuvas, ocorridas no primeiro semestre deste ano, e sinalizar para que a entidade construa ações de políticas públicas efetivas e processos políticos direcionados a essas populações. 

“Nesse processo de cadastramento das populações que farão parte do projeto Resposta Emergencial Pernambuco, nós estamos conseguindo ouvir um pouco o que as famílias têm passado aqui no município de Camaragibe. Nessa escuta, ouvimos que houve perdas significativas. Há informações de famílias que tiveram perdas consecutivas. Perderam uma vez, e foram beneficiadas. Com as novas chuvas, perderam os materiais que ganharam. Esse momento de vir até vocês é para nós valoroso, pois na medida que estamos juntos com essas pessoas, nós temos condições de trocar informações. É importante que a prefeitura veja essas pessoas por um outro olhar”, afirmou Rosana Mota, assessora local do projeto. 




Segundo Kátia Marsal, a prefeitura de Camaragibe tem construído um cadastro das famílias afetadas pelas chuvas. A ideia deste é fazer um cruzamento de informações, entre as secretarias, da defesa civil e assistência social. Assim, a defesa civil tem visitado as famílias que foram registradas pela assistência social, para que no fim, as populações afetadas possam receber os auxílios da prefeitura. “Nós temos um grupo de engenheiros e assistentes sociais que fazem as vistorias de campo. Nós temos todos os dados cadastrais das pessoas que foram afetadas pelas chuvas, tanto de alagamentos como deslizamentos. Estamos indo diariamente em todas as localidades, averiguando todas as perdas”, pontuou.  

Ainda segundo Kátia Marsal, a prefeitura tem realizado diferentes ações, com a concessão de benefícios, como distribuição de colchões e cestas básicas, em consonância com a construção do cadastro, garantindo recursos para a população. 


A chuva é o problema? 

O povo do sertão nordestino tem o seguinte dizer: seca é seca. Falta d'água é política. A convivência e compreensão desse fenômeno natural no Semiárido brasileiro já é algo estabelecido entre boa parte dos sertanejos. Por outro lado, as chuvas acontecidas na região metropolitana do Recife-PE continuam sendo colocadas no espaço de agente-causador dos deslizamentos, alagamentos e dos problemas sociais.   

O padre Carlos Eduardo afirmou que os problemas que acontecem na região são frequentes e as atividades dos órgãos públicos ainda não resolveram as situações. 

“Eu vejo por essa região ribeirinha que pega a Baixinha, Jarra e o Japão, que o poder público chega muito pouco. Tem gente que constrói para morar porque não tem outro lugar. Eu acredito que a defesa civil possa também cumprir o papel de estudar, analisar e garantir a resolução de construções irregulares. Aqui na região, temos problemas que acontecem desde a década de 80. Por exemplo, conhecemos uma catequista que perdeu tudo nessa época de 80, sofreu com três chuvas e a chuva deste ano é a quarta que acabou com tudo. Eu estive na casa dela no dia posterior às chuvas que aconteceram em março. Vi que os órgãos estavam presentes, como a defesa civil, mas é um problema que se repete. Eu compreendo que a defesa civil não chega a todos os lugares ao mesmo tempo, como também a igreja não chega. Na totalidade isso é impossível, mas são áreas que de tempos em tempos acontecem as mesmas situações. São coisas pontuais. Eu sei que vocês já fazem e fazem muito bem, mas o que nós demandamos pelo menos nessa área ribeirinha é um olhar para a moradia”, destacou.  

O encontro ainda foi marcado com uma conversa com a prefeita da cidade, Nadegi Queiroz e outros secretários. Nesse momento foi reservado também a apresentação do projeto e as breves pontuações das conversas anteriores.  



Resposta às famílias atingidas 

 A Resposta Emergencial de Pernambuco: Recife, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes é uma ação desenvolvida pela Cáritas Brasileira, com o financiamento da Cáritas Bélgica, Cáritas Suíça e Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária da União Europeia (DG ECHO). 

A iniciativa surge como desdobramento das ações da campanha emergencial #SOS RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA: Solidariedade que transforma, realizada pelas Arquidiocese de Olinda e Recife e Cáritas Arquidiocesana, cuja finalidade foi apoiar as populações afetadas pelas fortes chuvas que ocorreram no primeiro semestre deste ano na região.     


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