A Economia Popular Solidária (EPS) é uma das áreas de atuação que a rede Cáritas Brasileira defende e apoia. Essa iniciativa significa a integração do campo, floresta e sociedade, visando implementar estratégias de desenvolvimento e construção econômicas em apoio a famílias vulnerabilizadas que têm menos acesso aos direitos sociais e ao mercado de trabalho.
“A ação da Cáritas com a EPS nos revela que, ao longo desses 44 anos, temos visto como uma economia guiada pela justiça social, solidariedade e cooperação pode transformar vidas e fortalecer comunidades. Ela nos ensina a reconhecer a força das relações que construímos e nas ações coletivas que promovemos”, disse Valquíria Lima, diretora-executiva da Cáritas Brasileira.
Essa área de atuação faz parte da Cáritas Brasileira há 44 anos, e já criou, fomentou e organizou projetos e ações que contribuem com a construção de um modelo econômico comunitário e justo em todo o país.
Marcela Vieira, assessora nacional da Cáritas, educadora popular e economista, comentou sobre as iniciativas da rede para com a Economia Popular Solidária: “A Cáritas é a única organização no Brasil com este tempo de atuação junto aos grupos de EPS. Ao longo desses 44 anos, a Cáritas fomentou através de seus projetos a organização de grupos produtivos e redes, gerando postos de trabalho, oportunizando a geração de renda, em uma outra lógica do trabalho remunerado, a qual é alicerçada na solidariedade, na cooperação, na autogestão e no cuidado com a Casa Comum”.
A área de EPS na rede Cáritas concretiza a ação de desenvolvimento da economia solidária em comunidades e sociedades por meio de grupos e empreendimentos de EPS, se contrapondo ao sistema do capitalismo e de exploração das pessoas e do meio ambiente, a fim de propagar e ressignificar o entendimento sobre ações de economias populares que levam às famílias mais necessitadas renda mensal.
Gilberto de Carvalho, secretário da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (SENAES), do Ministério do Trabalho e Emprego, diz que os 44 anos de atuação da Cáritas Brasileira refletem uma trajetória histórica da EPS no Brasil. "Todos nós reconhecemos o papel essencial que a Cáritas desenvolveu na própria criação de Economia Popular no Brasil". O secretário ainda defende que a ação com essa área deve seguir mobilizando a luta e fortalecendo a prática e construção do Bem Viver: "Nós não estamos apenas realizando uma política, nós estamos, na verdade, preparando uma nova sociedade. Estamos jogando a semente de maneira muito clara e determinada de uma sociedade justa, fraterna e igualitária e é disso que o nosso povo precisa", explica.
Ao decorrer dos anos de atuação nessa área, a Cáritas colaborou com a construção e organização de grupos e organizações de Economia Popular Solidária, como na constituição do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), na formação e fomento de redes de cooperação solidária, e na constituição de fundos rotativos solidários de pontos de comercialização e feiras em todos os regionais em que se faz presente.
A instituição faz parte também de redes que apoiam a Economia Popular Solidária no Brasil como: Conselho Nacional de Ecosol; Fórum Interconselhos; Frente Parlamentar pró Ecosol. Além de historicamente colaborar com o fortalecimento e avanço de fóruns e conselhos estaduais de Ecosol.
“Nesses 44 anos de atuação no campo da Economia Popular Solidária, a rede Cáritas construiu um legado muito importante que contribuiu e continua contribuindo diretamente nos processos de fortalecimento dos empreendimentos de EPS. A ação da Cáritas tem um impacto direto na criação e na consolidação da Rede Balaio, que é uma rede de Economia Popular Solidária”, disse Ivanilda Queiroz, agente Cáritas e participante do empreendimento de economia solidária Rede Balaio.
Há 44 anos, a Rede Cáritas Brasileira apoia diversas iniciativas de Economia Popular Solidária em todo o país. Atuando nas 187 entidades-membro, por meio de seus e suas agentes, que acompanham empreendimentos e organizações formadas por jovens, grupos de cultura, catadores e catadoras de materiais recicláveis, mulheres, população em situação de rua, populações vulnerabilizadas, sociedades rurais e urbanas, migrantes e comunidades em situação de risco.