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Ajuda humanitária da Cáritas chega a mais de 600 pessoas no Acre

Áreas de Atuação

Famílias atingidas pelas inundações de 2023 receberam bolsa de subsistência para atendimento às necessidades mais urgentes.

Publicação: 29/08/2023




No final de março e início de abril de 2023, fortes chuvas atingiram o estado do Acre, causando enchentes e inundações em diversos municípios. Mais de 21.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas. No total, o governo do estado contabilizou 18.232 pessoas deslocadas e 3.195 desabrigadas. 


“A falta de planejamento e habitação pública e programas de urbanização exacerbaram a situação, prejudicando desproporcionalmente as comunidades vulnerabilizadas. A capital Rio Branco e as cidades fronteiriças de Brasiléia e Epitaciolândia, especialmente, foram severamente afetadas”, explica Taynara De Souza Dettmann Adami, Assessora para Emergências da Cáritas Brasileira. “Isso mostra como os efeitos das mudanças climáticas, os quais tendem a ser cada vez mais frequentes, a exemplo das fortes chuvas, afetam em maior intensidade as populações em situação de vulnerabilidade social”, acrescenta.





Portanto, com a finalidade de atender às necessidades mais urgentes das pessoas atingidas, a Cáritas Brasileira, por meio do projeto “Apoio Humanitário para as Famílias Impactadas pelas Inundações no Acre”, realizou a distribuição de 190 cartões multipropósito com R$980 cada. 


A seleção das famílias a serem contempladas se deu após rigoroso diagnóstico de vulnerabilidades realizado por agentes Cáritas, para direcionamento da ajuda humanitária a quem mais precisa.








“A ajuda veio em boa hora. Com o recurso conseguimos comprar alimentos e itens de higiene e limpeza, e pagamos luz, internet e gás de cozinha”, conta Eva Heliamayra de Lima da Silva, moradora da comunidade 06 de Agosto, em Rio Branco. 


No final de março de 2023, a família de Eva teve de deixar a residência, devido à inundação do Rio Acre, que margeia a comunidade. Passaram um tempo na casa de parentes e, quando a água baixou, retornaram à residência. A própria família realizou a limpeza da casa e arredores.


Perfil das necessidades





O monitoramento pós-distribuição (PDM) apontou que o uso da assistência em dinheiro fornecida às pessoas assistidas variou em diferentes categorias e municípios. Em Brasiléia, a maior parte da ajuda foi destinada à alimentação (48%), seguida de água (9%) e artigos de higiene (20%). Da mesma forma, em Epitaciolândia, a maior parte da assistência foi usada para alimentação (54%), com água (10%) e itens de higiene (21%). Em Rio Branco, alimentos (29%) e artigos de higiene (13%) foram as categorias mais comuns para uso de assistência em dinheiro. 


Quando se trata da tomada de decisão sobre como usar o dinheiro da assistência, os dados mostram que em Brasiléia e Epitaciolândia, um percentual maior de mulheres chefes de famílias (52% e 71%, respectivamente) fizeram decisões. Em Rio Branco, o maior percentual veio de homens chefes de família (66%).


Incidência política


Além da distribuição dos cartões multipropósito, a equipe da Cáritas Brasileira também atuou na incidência junto ao poder público. “A partir da escuta das populações atingidas, relatamos aos órgãos públicos algumas situações ocorridas durante e após as enchentes, no intuito de cobrar melhorias, por exemplo, no atendimento dos diversos órgãos públicos que estavam atuando na emergência, principalmente junto à população migrante e refugiada”, conta Aurinete Brasil, assessora técnica regional da Cáritas Brasileira no Acre. “Realizamos ainda incidência junto às prefeituras, no intuito de sensibilizar as equipes que atuam na assistência social para a acolhida e escuta das populações migrantes e refugiadas afetadas pelas inundações”.


Resposta emergencial





O projeto “Apoio Humanitário para as Famílias Impactadas pelas Inundações no Acre” é uma realização da Cáritas Brasileira e Diocese de Rio Branco, em parceria com a Catholic Relief Service (CRS) por meio do Programa Empower, com o apoio técnico da Agência Católica para o Desenvolvimento Ultramarino (CAFOD), e financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).


A ação teve início em abril e finalizou em julho, com a Revisão Pós-Ação (AAR), que contou com a visita de agentes da Cáritas e da CRS a alguns grupos familiares atendidos pela iniciativa. Esta abordagem permitiu refletir acerca de caminhos para uma contínua melhoria em iniciativas futuras.



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