“Aprende com as ondas: recua, mas para voltar, para insistir, sem cansaço, sem desistência, noite e dia, enquanto a Mão Divina não der sinal de ter sido atingida a plenitude das grandes águas vivas.”
Ele preferia estar junto ao povo, caminhando lado a lado com as pessoas, escutando atentamente os problemas sociais. E caminhava no sentido pleno: com as diferenças, com as diversas crenças, com o calor do amor fraterno e respeito a quem batia à sua porta. Ele sempre se incomodou com o luxo da residência arquidiocesana de Olinda e Recife e escolheu uma casa simples, por trás da Capela de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras da Estância de Henrique Dias, conhecida apenas por Igreja das Fronteiras, na qual recebia do mesmo modo os ricos e os pobres. Essa era sua porta. Esse era Dom Helder.
Dom Helder Pessoa Camara foi o 6º Arcebispo de Olinda e Recife, um dos fundadores e primeiro secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, fundador da Cáritas Brasileira, quatro vezes indicado ao prêmio Nobel da Paz e uma das vozes mais potentes contra a ditadura militar no Brasil, apesar da censura que sofria no meio midiático nacional.
O Dom da Paz fez sua páscoa definitiva aos 90 anos, em 1999. Em 2017, foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. O Servo de Deus teve o processo que pode levar à beatificação e canonização aberto em 2014 e está avançando na Santa Sé. Neste 07 de fevereiro de 2024, celebramos o 115º aniversário de seu nascimento. Ele fez da vida uma ação acolhedora e transformadora para repartir o pão e nos convenceu de que a melhor “maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar.”
Lembremo-nos sempre: “é bom que ninguém se iluda, ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus e faz sua opção interior e arranca-se de si e parte para lutar pacificamente por um mundo mais justo e mais humano, não pense que vai encontrar caminho fácil, pétalas de rosas debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda a parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus. Quem se arranca de si e parte como peregrino da justiça e da paz, prepare-se para desertos. (...) É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.”
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Créditos da foto no card: Peters, Hans / Anefo - [1] Dutch National Archives, The Hague, Fotocollectie Algemeen Nederlands Persbureau (ANEFO), 1945-1989, Nummer toegang 2.24.01.05 Bestanddeelnummer 927-5427, CC BY-SA 3.0 nl, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29326872