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Atingidos pela Samarco (Vale e BHP) de Mariana e Barra Longa denunciam a contaminação

Geral

Coletiva de imprensa: atingidos pela Samarco, de Mariana e Barra Longa, denunciam a contaminação da água, do ar e do solo

Publicação: 05/12/2019


brumadinho

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


Atingidos pela Samarco (Vale e Bhp) de Mariana e Barra Longa denunciam a contaminação da água, do ar e do solo por metais pesados

Moradores de comunidades atingidas pela lama da Samarco (Vale e BHP), de Mariana e de Barra Longa, convocam coletiva de imprensa na próxima sexta-feira (6), às 14h, no Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para denunciar a contaminação da água, do ar e do solo por metais pesados em decorrência do rompimento da barragem de Fundão (Mariana, 2015). A coletiva acontece no mesmo dia em que o relator especial sobre substâncias e resíduos perigosos (tóxicos) do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Baskut Tuncak, estará em Belo Horizonte em reunião com organizações da sociedade civil sobre a contaminação das áreas atingidas pelos crimes da Samarco (Vale e BHP), em Mariana, e da Vale, em Brumadinho. 

Participam da coletiva Mirella Lino, atingida da comunidade Ponte do Gama, em Mariana, e estudante da UFOP; Marino D’Angelo, atingido da comunidade Paracatu de Baixo e integrante da Comissão de Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Fundão em Mariana (CABF); Lina Anchieta, integrante da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS); e Dulce Maria Pereira, professora da UFOP responsável pela pesquisa sobre contaminação "Diagnóstico Socioambiental de Mariana".


Acompanhe aqui a transmissão ao vivo da coletiva de imprensa


Encomendado pela Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, pela Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS) e pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o estudo é realizado pelo Laboratório de Educação Ambiental, Arquitetura, Urbanismo, Engenharias e Pesquisa para Sustentabilidade (LEA-AUEPAS), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A pesquisa contraria as afirmações da Fundação Renova de que o rejeito depositado nas localidades atingidas é um material que não apresenta riscos ou contaminação.

O estudo pode ser considerado complementar ao apresentado às comunidades atingidas por representantes do Ministério da Saúde, cuja conclusão é de que as localidades estudadas se enquadram em "perigo urgente para a Saúde Pública" por apresentar riscos às populações expostas aos contaminantes através da ingestão, inalação ou absorção pela pele das partículas de solo e da poeira domiciliar contaminadas.

Nos resultados das análises de solo no município de Mariana, destacam-se os elementos arsênio, cromo e mercúrio detectados acima das concentrações permitidas pela legislação (Tabela 1). Nas análises da água, o arsênio, chumbo, ferro, manganês, mercúrio e níquel também foram identificados em concentrações acima dos valores permitidos (Tabela 2).


Tabela 1

Elemento Ref. CONAMA 420/2009 LEA-AUEPAS

Arsênio (As) 15,0 mg/Kg 268,00 mg/Kg

Chumbo (Pb) 72,0 mg/Kg 33,29 mg/Kg

Cobalto (Co) 25,0 mg/Kg 18,24 mg/Kg

Cromo (Cr) 75,0 mg/Kg 130,25 mg/Kg

Ferro (Fe) N/A 75.623,41 mg/Kg

Manganês (Mn) N/A 311,94 mg/Kg

Mercúrio (Hg) 0,5 mg/Kg 2,017 mg/Kg

Níquel (Ni) 30,0 mg/Kg 29,63 mg/Kg

Zinco (Zn) 300,0 mg/Kg 44,40 mg/Kg

Tabela 1 – Concentrações de elementos detectados relatados por Laboratório de Educação Ambiental, Arquitetura, Urbanismo, Engenharias e Pesquisa para Sustentabilidade (LEA-AUEPAS) – da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Valores de Prevenção (VP) da Resolução CONAMA 420/2009.


Tabela 2

Elemento Portaria potabilidade M.Saúde LEA - AUEPAS

Arsênio (As) 0,01 mg/L 325 mg/L

Chumbo (Pb) 0,01 mg/L 0,120 mg/L

Ferro (Fe) 0,3 mg/L 10,453 mg/L

Manganês (Mn) 0,1 mg/L 2,261 mg/L

Mercúrio (Hg) 0,001 mg/L 15,79 mg/L

Níquel (Ni) 0,07 mg/L 0,118 mg/L

Zinco (Zn) 5,00 mg/L 0,039 mg/L

Tabela 2 – Concentrações de elementos detectados relatados por Laboratório de Educação Ambiental, Arquitetura, Urbanismo, Engenharias e Pesquisa para Sustentabilidade (LEA-AUEPAS) – da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Valores máximos permitidos para padrão de potabilidade da Portaria de Consolidação nº05 de 2017 – Ministério da Saúde.


Serviço:

O quê: Coletiva de imprensa de atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco (Vale e BHP) para denunciar a contaminação da água, do ar e do solo na região atingida

Quando: Sexta-feira, 6 de dezembro, às 14h

Onde: Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais | Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Belo Horizonte 

☎ Contatos: Lívia Bacelete, assessoria de comunicação da Cáritas (31) 3412-8743 / (31) 98876-4767


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