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Letras Pretas: Escrita e Leitura na Periferia

Geral

Vídeo da semana do Canal Preto fala sobre a importância da leitura nas periferias e da escrita de autores(as) negros(as).

Publicação: 16/07/2021


Quantos livros escritos por pessoas negras você já leu?

Quantos autores e autoras negras você conhece?

 

O mercado das editoras e da literatura brasileira é muito racista. Escritores e poetas pretos lutam todos os dias para conseguir viver da sua arte e das suas palavras, assim como muitos brancos facilmente conseguem.

Manoela Ramos, escritora e viajante, nos conta: “É um mercado fechado e restrito, onde você tem que se provar muito, autenticar muito a sua história até você conseguir atrair uma editora que queira te publicar sem exigir nenhum investimento financeiro e que seja só margem de lucro ou de retorno.”

 

Devido principalmente a dificuldade de acesso à literatura nas periferias, nosso convidado Marcel Alves, escritor, acredita que alguns jovens acabam se sabotando e, às vezes, nem tentando seguir essa carreira.

O escritor, poeta, slammer Mc e produtor cultural, Cleyton Mendes, conta sua experiência: “Meu contato com esse mercado foi por meio de mim mesmo, de cara e coragem, de pegar os meus livros e pesquisar como publicar um livro, porque eu não tenho editora, não tenho patrocínio, não tenho ninguém, então não posso esperar uma editora vir e me descobrir, eu tenho que levar meus livros pra rua.”

 

Lucas de Matos, comunicador e poeta reforça: “Primeiro de tudo, você não precisa ter um livro publicado pra ser um escritor. Nem sempre a gente tem essa verba pra custear isso, ou então ficamos dependendo de editais, então publicar ainda é uma coisa muito difícil” e acrescenta “A partir do momento que eu, enquanto homem preto, consigo acessar o espaço de ser poeta, de fazer saraus, de colocar a minha cara preta na mídia, também já é uma forma grande de lutar contra o racismo.”

 

O educador, escritor e artista independente Akins Kintê conclui que nosso processo de busca de identidade e cura é fortalecedor quando estamos juntos: “Eu trabalho com arte e educação. Sou professor, educador, então, eu percebo como a partir disso a gente consegue trazer várias ideias da identidade negra, da identidade de quem mora na favela, várias ideias que a gente consegue ser um fortalecimento nesse processo de cura.”

Racismo. Ou você combate, ou você faz parte. Qual dos dois é você?

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