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Cáritas Brasileira lança projeto com foco no combate à fome em Boa Vista.

Projetos

Projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas vai servir alimentações nutritivas para pessoas migrantes em situação de vulnerabilidade.

Publicação: 02/08/2022


Valquíria Lima, da Coordenação Colegiada Nacional da Cáritas Brasileira, fala sobre o projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas





Almoço servido durante o lançamento do projeto, na tarde do dia 01 de agosto. Foto: Leonardo Milano/La Mochila Migrante


O Brasil passa fome. Dados da nova pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), em um período de um ano, entre 2020 e os primeiros meses de 2022, revelam que 33,1 milhoes de pessoas não têm o que comer. O direito básico à alimentação é violado constantemente, e a indiferença dos setores públicos, de proteção e segurança social, regulados pelos governos estaduais e federal, faz com que esses números aumentem progressivamente, deixando o país cada vez mais vulnerável, sem o pão de cada dia. 


Junta-se a esse panorama a situação da migração no estado de Roraima, que abriga uma parcela considerável de pessoas migrantes venezuelanas em seu território. De acordo com informações do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - Acnur, mais de 80 milhões de pessoas pelo mundo foram forçadas a deixar seus lares. Parte dessas pessoas, muitas vezes, se encontram em situação de vulnerabilidade aqui no Brasil, ficando a margem de apoio por parte dos órgãos públicos que deveriam auxiliar nos fluxos migratórios.


Sensível a essas duas realidades, a Cáritas Brasileira une esforços junto ao Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos pelo Desenvolvimento Internacional (USAID), ao Projeto Mexendo a Panela e as Irmãs da Caridade para desenvolver o Projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas, que foi lançado oficialmente no dia 01 de agosto, no Posto de Recepção e Apoio, localizado na rodoviária de Boa Vista, em Roraima.


O projeto tem o objetivo de preparar e fornecer, diariamente, duas refeições nutritivas, de segunda a sábado, para pessoas migrantes venezuelanas em situação de rua na capital do estado de Roraima.  “O projeto Sumaúma vem para dar uma resposta a uma questão muito importante no momento, que é a soberania e a segurança alimentar das famílias em situação de migração aqui em Boa vista. Isso faz parte da Política de Migração e Refúgio da Cáritas Brasileira e aqui, esse projeto vai atender essa necessidade, que é a fome”, fala Valquíria Lima, Coordenadora Nacional da Cáritas Brasileira.



Apresentação cultural durante o evento de lançamento do projeto, na Rodoviária de Boa Vista. 

Foto: Leonardo Milano/La Mochila Migrante



Durante sua implementação, o projeto prevê que serão preparadas 916 mil refeições, servidas para uma média de 6000 pessoas migrantes venezuelanas em Boa Vista.  Para Áurea Cruz, agente Cáritas e coordenadora local do projeto, mais do que apenas servir comida, o objetivo do projeto é alimentar as pessoas em situação de rua com comida nutritiva e digna. “Nós não estamos só distribuindo alimentação, estamos servindo dignidade com uma alimentação de qualidade e nutritiva. Todas e todos temos esse direito.” comenta Áurea.  


Entre as suas parcerias, o projeto conta com o financiamento do Escritório de Assistência Humanitária da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (BHA/USAID), organização que lidera o desenvolvimento internacional e os esforços humanitários para salvar vidas em diversos países.  “O projeto Sumaúma tem o apoio da USAID para levar assistência alimentar a comunidade venezuelana fora dos abrigos, mas também a todas as pessoas que necessitam de um prato de comida.” diz Angélica Salas, consultora de campo da USAID.


Segurança alimentar


A alimentação nutritiva e balanceada é um direito que precisa ser garantido, principalmente para as pessoas migrantes que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica em Boa Vista. Giovanna Kanas, Assessora nacional da Cáritas Brasileira e coordenadora do Projeto Sumaúma, diz que para que os direitos fundamentais dessas pessoas sejam garantidos, o primeiro passo é garantir a alimentação adequada. “Uma pessoa livre da fome, é uma pessoa que tem mais chance de reconquistar seu emprego, sua autonomia. Então, estar livre da fome é o primeiro passo para apoiar essas pessoas que foram afetadas por uma crise e agora estão em processo de migração.” ressalta Giovanna.



Cardápios específicos com alimentações nutritivas. Foto: Leonardo Milano/La Mochila Migrante


Além de auxiliar no acesso à alimentação saudável, o Projeto Sumaúma tem um cardápio que contempla também lactantes e crianças de 18 meses e 22 meses, com cardápios específicos para cada público, além de adultos em geral. “O projeto foi pensado com muito carinho para entender as necessidades específicas de pessoas específicas, como lactantes, hipertensos e pessoas diabéticas, por exemplo.” completa Giovanna.


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