Em nota divulgada pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nesta quinta-feira, 22, a entidade manifesta total apoio e solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI), alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito denominada CPI da Funai e Incra.
Na nota a CNBB destaca que o indiciamento de integrantes do CIMI “é uma evidente tentativa de intimidar esta instituição tão importante para os indígenas, e de confundir a opinião pública sobre os direitos dos povos originários”. Apesar da autonomia jurídica do CIMI, o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, afirmou que caso os membros da entidade sejam realmente indiciados, a Conferência pode atuar diretamente na defesa dos acusados.
O relatório final da CPI da Funai e Incra foi aprovado no final de maio e resultou no indiciamento de mais de cem pessoas. O texto que acusa servidores da Fundação e do Instituto, antropólogos e dirigentes de organizações não-governamentais de fraudarem processos de demarcação de terras foi defendido por deputados ligados ao agronegócio e bastante criticado por partidos da oposição.
Durante a coletiva de imprensa que apresentou a nota de apoio e solidariedade, Dom Leonardo destacou: “O que nos estranha é que não existe nenhum fazendeiro mencionado. Não se abordou a questão dos assassinatos dos povos indígenas pelas seguranças das grandes fazendas. Isso que nos causa muita estranheza. Por que justamente as entidades que estão a serviço dos povos indígenas são indiciadas e as pessoas que estão em disputa com terras indígenas não sejam apresentadas para um possível indiciamento?”
Os pedidos de indiciamento serão encaminhados para análise do Ministério Público e da Polícia Federal, que decidem se atendem ou não as sugestões.
Leia na íntegra a nota da CNBB:
NOTA DA CNBB EM DEFESA DOS DIREITOS INDÍGENAS E DO CIMI